Por Marinna Protasiewytch
O problema encontrado pela presença de ratos nas rodovias que cortam Paranaguá não é novo. Além de doenças, os roedores podem atentar contra a segurança de ciclistas e motociclistas que, ao atropelarem o animal, podem sofrer acidentes de trânsito. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) afirmou que não existe um projeto específico para a contenção de zoonoses, como ratos, na cidade, mas alertou que uma média dos últimos cinco anos aponta que 49% dos casos confirmados de leptospirose ocorreram no primeiro trimestre, onde existe o aumento da ocorrência das chuvas.
Segundo a veterinária da unidade de Vigilância Sanitária de Paranaguá, Débora Silva, para conter a proliferação de ratos, a veterinária da unidade de vigilância sanitária de Paranaguá, Débora Silva, explica que são feitos distribuição de venenos. “Outros projetos para evitar o controle populacional de ratos na cidade também serão colocados em prática”‘, disse.
Dados que preocupam foram revelados pela SESA e, embora atendam o âmbito estadual, correspondem à realidade parnanguara, uma vez que a cidade, por ser portuária, possui maior tendência da existência desses roedores.
O JB Litoral solicitou informações sobre o número de casos de leptospirose em Paranaguá, mas até o fechamento desta matéria, não houve respostas.
Leptospirose
A maior preocupação é com a população, que pode contrair a leptospirose, doença transmitida pelos ratos e pode levar à morte. Segundo Tatiane Brites Dombroski, enfermeira da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI) da SESA/PR, “de 2015 a 2019 foram confirmados 1.866 casos de leptospirose no Paraná. A Sesa realiza, constantemente, capacitações e reuniões com as Regionais de Saúde, levando informações e orientações aos profissionais da área para que a população possa receber o melhor atendimento possível”.
Alerta em 2017
Avenida Ayrton Senna da Silva, uma das principais vias de ligação do porto de Paranaguá com o resto do Estado, tem no asfalto as marcas da quantidade de ratos atropelados todos os dias. Um dilema que a população parnanguara vive há muitos anos.
Em 2017, o JB Litoral trouxe uma reportagem sobre o estudo realizado pelo professor Francisco Xavier da Silva de Souza, demonstrando que houve um aumento considerável da população de ratazanas. Nesta pesquisa, o professor, conseguiu constatar por meio da contagem de ninhos e ratos, que a cidade abrigava, na época, uma população de 1,4 milhão de ratos. O resultado foi a identificação de 12,4 mil tocas visíveis na cidade.
Com a somatória, foi possível constatar que a média dos roedores, em 2017, era de 17 ratos por parnanguara, número alarmante e que demonstra que Paranaguá tinha um índice quatro vezes maior do que o tolerado pelas autoridades em cidades portuárias.